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Você conhece meu pai?

Um texto reflexivo bem legal para pensarmos a respeito de nossos heróis, família, a imagem do pai e o anúncio das Boas Novas (e, quem sabe, você ainda acha mais alguma coisa para aprender nessa leitura, hein?).
 
 
Meu pai, meu guia [Susan Marques - 873207]
 
 
Enquanto minha esposa Lisa preparava jantar numa Quarta-feira, ela ouviu a tropa subindo a escada. Tianna entrou toda desesperada e falou, “Mãe, há um homem que foi espancado e ele está jogado na praça, sangrando”. Entre o que ela falava e o que Jordan falou, deu para entender que um morador de rua foi espancado por outros moradores de rua e ele com todos os seus pertences estavam jogados na praça. O homem nem podia se levantar. O coração da minha esposa quebrou por ele e ela começou orar em voz alta para Jesus ajudar ele. Assim ela tirou o macarrão do fogo e foi descer para ver a situação. Vendo o homem velho jogado na grama no outro lado da rua, ela me chamou e explicou a situação. Eu e uns homens da igreja fomos imediatamente para a praça para ajudar o homem no que podíamos e orar por ele. E os nossos filhos, não querendo ficar fora da ação e querendo “ajudar” foram também. Jordan foi logo comigo e chegou ao lado do homem sangrando e falou, “Aqui é meu pai, aquele que eu estava falando para você.” E assim eu sentei na grama com Jordan e o homem, fomos orar e falar de Jesus enquanto esperávamos a ambulância chegar.
 
“Aqui é meu pai, aquele que eu estava falando para você.” Eu acho que antes de ser pai, ouvindo uma coisa dessas não teria tido tanto efeito na minha vida. Mas agora sendo pai e sabendo da importância do meu exemplo para meus filhos e como eles me vêem, aquela noite marcou a minha vida. Meu filho achando um cara arrebentado foi até ele e falou algo, algo que ele achava importante, algo tão importante que era a única coisa que ele falou para uma pessoa precisando de ajuda. “Espere aqui, eu vou buscar meu pai. Meu pai vai te ajudar”. Eu não sei o que é, mas existe algo no meu filho que fala, “Meu pai pode concertar qualquer situação”. Claro que eu não posso concertar qualquer coisa, mas, por favor, não conte isso para ele ainda. Deixe-me curtir o momento. Ele vai descobrir daqui uns anos de qualquer jeito.
 
A verdade é que eu cresci sem pai e eu não tinha ninguém para ser meu herói. Então, eu olhei para os atletas e esse tipo de homem. Mas, eu não conheci eles pessoalmente, e assim, eu não podia contar com eles numa crise. Se eu visse alguém machucado, acho que não teria falado nada, no mínimo, nada que ajudaria. Talvez, “Caraca. Você tá mal. Boa Sorte.” Mas meu filho tem alguém que “pode salvar o mundo se necessário”. E ele não hesitou em proclamar isso para alguém precisando de ajuda.
 
“Aqui é meu pai, aquele que eu estava falando para você”. Como eu tenho orgulho no meu coração de saber que meu filho me acha importante o suficiente para falar aos outros que eu sou pai dele e confia em mim para ajudá-lo sabendo que eu “posso resolver tudo”. Que viaje. Como é bom de ser pai. Como é bom ser herói.
 
Mas tudo isso me levou a meditar em meu Pai. Sim, aquele que me salvou e me adotou. Meu filho podia falar “Aquele que eu estava falando para você”, mas será que nós podemos falar isso para os outros. “Aqui é meu pai, aquele que eu estava falando para você”. Acho meio difícil de afirmar isso. Primeiro porque a maioria de nós não fala nada Dele para ninguém. É nosso pequeno segredo. Nós infelizmente não temos orgulho de ser filhos do Rei. Às vezes até temos vergonha. “Você é crente?” “Bom. (pausa) Sou. Mas, não como aqueles doidos que vocês vêem por aí na rua.” A verdade é que temos vergonha dos outros saber.
 
Eu me lembro que tinha vergonha da minha família. Primeiro, meus pais divorciaram antes do divorcio entrar na moda. Os meus pais eram os únicos entre todos pais no meu primeiro grau, então eu tinha a estigma de ser o cara que não tinha um pai. E tudo só piorava na época de Natal quando as pessoas das igrejas deixavam cestas básicas na frente das casas das famílias necessitadas. E pra meu horror, sempre apareceu uma cesta básica na frente da nossa casa. Sabe, uma coisa é ser pobre. Mas, é outra coisa totalmente diferente quando as pessoas sabem que você é pobre. “Jeff, passamos na frente da sua casa ontem a noite.” Imagine. Então, eu tinha vergonha de vir de uma família bagunçada e pobre. Pode crer que eu não falava muita da minha família salvando o mundo.
 
Mas, agora eu tenho um Pai que foi até o ponto de me adotar a custo da vida do Seu Filho unigênito. Ele fez questão de me salvar e tem orgulho em me chamar de filho. Por que então, eu tenho vergonha de deixar todo mundo saber que eu sou filho Dele. Não que eu negue a minha ligação com Ele, eu simplesmente não falo. Posso falar que não é vergonha mesmo, mas, é muito longe de ser orgulho. É muito longe de “Aqui é meu pai, aquele que eu estava falando para você”.
 
Deus nos ajude de ver quem e como tu és. Perdoe-nos por tantas atitudes erradas e não ter entendido mesmo tudo que você tem feito por nós e de não ter apreciado a nossa adoção como Seus filhos. Perdoe-nos.
 
Esse mundo somente vai começar a mudar, e se mudar, quando os filhos de Deus saírem dos seus buracos, escondidos do mundo, com medo do mundo e começarem a falar do seu Pai.
 
“Você conhece meu Pai?”
 
 
 
 
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