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Eu abracei um homem de cueca



Agora à noite surgiu na minha timeline essa foto, e a legenda: Grupo de cristãos foi à parada gay com cartazes dizendo “desculpe-nos pela forma como a igreja tratou vcs”.

Eu pensei: CARAMBA, ELES ESTÃO FAZENDO ISSO CERTO! Cansamos de ver grupos cristãos extremistas lá fora protestando contra tudo (tipo Michael Jackson, Madonna e gays) com insultos grotescos muitas vezes, e isso toma a mídia que ganha mais um argumento pra moldar o cristão fanático e intolerante. E não temos como dizer que não, sempre vemos relatos de uma igreja intolerante, que está trazendo os valores do mundo pra dentro dos templos (cobiça, egoísmo, só pra citar dois) e se afastando dos 'pecadores'.

Em junho de 2011 rolou mais uma Chicago Pride Parade (tipo uma parada gay da gringa), e um grupo de cristãos colou lá com camisetas escritas “I’m sorry” e cartazes  ”I’m sorry the way churches have treated you” (Me desculpe pela forma como a igreja tem tratado vocês) e tiveram uma experiência de relacionamento com os participantes da parada, abraçaram geral, sorriram, fizeram algo muito mais “cristão” do que condenar e insultar. Nathan Albert (o gordinho abraçando o brother de cueca na foto) escreveu no seu blog sobre o trabalho realizado: 

"Eu abracei um homem de cueca. E acho que Jesus faria o mesmo.

[...] nós queríamos ser uma voz cristã alternativa aos protestantes que estavam lá gritando “ódio” no megafone.

O que eu mais amei naquele dia foi quando as pessoas “entenderam”. Eu curti assistir a expressão das pessoas quando viam nossas camisetas, liam os cartazes e olhavam de volta pra gente. As respostas foram incríveis. Alguns nos mandavam beijos, outros vinham nos abraçar, outros gritavam OBRIGADO! Algumas garotas vieram e disseram que fomos a melhor coisa que elas viram durante o dia todo. Eu queria ter contado quantas pessoas me abraçaram. Um cara em particular disse suavemente: Bem, eu perdôo vocês.

Ver as pessoas reconhecendo nossas desculpas me fez chorar várias vezes. Aquilo era a personificação da reconciliação.

[...] infelizmente a maioria dos cristãos não pensariam nem se aquele cara dançando de cueca branca (foto) tem um nome. Bem, ele tem. Se chama Tristan. De qualquer forma, eu acho que Jesus o teria abraçado também. Isso é exatamente o que li nas escrituras: Jesus andando com pessoas que os religiosos fugiriam. Alguma relação entre aquela época e agora? Eu acho que sim.

Eu abracei um homem de cueca. Abracei forte. E tenho orgulho disso."

Chega de pregar amor e praticar intolerância. Chega de condenar antes de amar. Chega de se achar melhor. Passou da hora de sermos mais parecidos com Jesus.

Fonte: Garagem 720 via blog do Júnior Candido

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